No Nordeste, em 2015, 10.955.649 pessoas de 16 anos ou mais de idade trabalhavam como empregados. A maior parcela delas tinha o trabalho principal no setor de serviços (45,4%), seguido pelo comércio (21,3%), setor agrícola (11,4%), indústria (11,1%) e construção (10,9%).
Em relação à média nacional e às demais regiões, o Nordeste tinha as maiores participações de empregados no setor agrícola e na construção, e a menor participação de empregados na indústria.
Em 2015, Nordeste tem maior percentual (7,2%) de empregados insatisfeitos com as condições de trabalho;
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** Nordeste tem menor percentual de jovens (16 ou 17 anos) empregados insatisfeitos com o trabalho (3,0%) e o maior percentual de empregados mais velhos (50 anos ou mais) insatisfeitos;
** O percentual de homens nordestinos insatisfeitos com o trabalho é o maior do país;
** No Nordeste, a insatisfação com as condições de trabalho é maior entre os negros (pretos e pardos) (7,5%) do que entre os brancos (6,3%);
** No Nordeste, as mulheres (7,6%) estão mais insatisfeitas com as condições de trabalho que os homens (6,9%);
** No Nordeste, assim como ocorre na média do país, o percentual de empregados insatisfeitos atinge seu menor patamar entre aqueles que têm nível superior completo (3,7% na média nacional e 3,8% no Nordeste);
De uma forma geral, as mulheres (6,1% na média nacional) estão mais insatisfeitas com as condições de trabalho que os homens (5,1%) – e no Nordeste não é diferente, embora a diferença entre homens e mulheres seja menor: 7,6% delas estão insatisfeitas, contra 6,9% deles. O percentual de homens nordestinos insatisfeitos com o trabalho é o maior do país, mas, entre as mulheres, as nordestinas ficam atrás das empregadas na região Norte – onde 85% das mulheres estão insatisfeitas com suas condições de trabalho. Mais uma vez, a região Sul apresenta menores percentuais de homens (3,5%) e mulheres (4,7%) insatisfeitos com o trabalho. No âmbito dos muito satisfeitos, na média nacional, o percentual de mulheres empregadas muito satisfeitas com suas condições de trabalho (6,6%) é maior que entre os homens (5,9%). No Nordeste, esses percentuais também estão abaixo da média e praticamente se igualam: 5,0% dos homens e 4,9% das mulheres – segundo menor percentual entre as regiões, acima apenas do Centro-Oeste (4,7%). Entre os muito satisfeitos, as mulheres do Sul também saem na frente (9,2%), mas, entre os homens, ficam em segundo lugar (6,5%), embora praticamente empatados com os do Sudeste (6,6%). Em relação à faixa etária dos trabalhadores no país, a insatisfação com o trabalho é maior entre os mais jovens, atingindo 5,8% dos empregados de 16 ou 17 anos, 5,7% daqueles entre 18 e 29 anos e daqueles entre 30 e 49 anos e caindo para 4,5% dos empregados de 50 anos ou mais de idade. No Nordeste, porém, o movimento é o contrário: o percentual de insatisfeitos aumenta com a idade. É o menor do país entre os mais jovens (3,0% dos empregados de 16 ou 17 anos), mais que dobra, chegando a 7,2% entre os empregados de 18 a 29 anos e de 30 a 49 anos, e ainda aumenta um pouco mais, atingindo 7,4% dos empregados de 50 anos ou mais. Dentre os muito satisfeitos, também são mais representativos os mais jovens (8,8% daqueles de 16 ou 17 anos, maior percentual do país e acima da média nacional, de 7,3%), proporção que já se reduz bastante entre aqueles de 18 a 29 anos (3,9%) e volta a subir para as faixas etária de 30 a 49 anos (5,2%) e 50 anos ou mais (6,8%) – ficando abaixo da média nacional em todos os casos. No Nordeste, assim como ocorre na média do país, o percentual de empregados insatisfeitos atinge seu menor patamar entre aqueles que têm nível superior completo (3,7% na média nacional e 3,8% no Nordeste). Entretanto, enquanto, no país como um todo, o maior percentual de insatisfeitos está entre aqueles empregados sem instrução (8,1%), no Nordeste o maior percentual de insatisfação é encontrado entre aqueles com ensino médio incompleto (9,3%, maior percentual do país). Outro aspecto importante trazido pela pesquisa é a insatisfação com as condições de trabalho no país, que é maior entre os negros (pretos e pardos) (6,2%) do que entre os brancos (4,8%). No Nordeste não é diferente: 7,5% dos negros estão insatisfeitos com suas condições de trabalho, contra 6,3% dos brancos. Vale ressaltar que o percentual de pretos e pardos insatisfeitos no Nordeste é o maior do país. Em contrapartida, entre os muito satisfeitos, o percentual é maior entre os brancos do que entre os negros tanto na média nacional (7,2% e 5,3% respectivamente) quanto no Nordeste (6,8% e 4,4%, sendo este o segundo menor percentual, acima apenas do verificado no Centro-Oeste, 3,9%). A carga horária também está diretamente ligada à pauta, trabalhar muito ou muito pouco influencia no grau de satisfação com as condições de trabalho. No Nordeste, assim como na média nacional, a insatisfação com as condições de trabalho é maior quando se trabalha por muitas horas ou por poucas horas – nessa ordem. O maior percentual de empregados insatisfeitos está entre aqueles que trabalham mais de 49 horas por semana (10,6% no Nordeste, maior percentual do país, frente a uma média nacional de 8,1%). Assim como a carga horária, o grau de satisfação com as condições de trabalho também tem correlação com o salário: o percentual em empregados insatisfeitos cai e o de muito satisfeitos, em linhas gerais, cresce conforme aumenta o rendimento médio real – tanto na média nacional quanto no Nordeste. Entretanto, entre os nordestinos, a influência do rendimento na insatisfação ou satisfação em relação às condições de trabalho parece ser menor que a média nacional. Entre os empregados com rendimento médio real até ¼ de salário mínimo, 11,9% estavam insatisfeitos no Nordeste (menor percentual do país, frente a uma média nacional de 12,5%), enquanto entre os empregados com rendimento maior que 5 salários mínimos, o percentual de insatisfeitos era menos da metade (4,8%) no Nordeste, ainda que fosse o maior do país e estivesse muito acima da média nacional (1,9%). No outro extremo, entre os empregados com rendimento até ¼ de salário mínimo, 2,1% estavam muito satisfeitos no Nordeste, percentual acima da média nacional (1,4%) – a região é a única que tem um percentual alto o suficiente para ser divulgado –, enquanto entre aqueles com rendimento superior a 5 salários mínimos 12,1% dos nordestinos estavam muito satisfeitos, percentual abaixo da média nacional (14,7%) e o segundo mais baixo, acima apenas do verificado no Centro-Oeste (10,8%). Assim, as diferenças entre os percentuais dos insatisfeitos e dos muito satisfeitos, nos extremos das faixas de rendimento médio real, são menores no Nordeste do que na média nacional. O acesso a processos de capacitação profissional chegou a 62,7% dos empregados remunerados com 16 anos ou mais de idade, com destaque para o Sul (69,7%) e menores percentuais no Nordeste (52,5%) e Norte (56,0%). A proporção de trabalhadores satisfeitos ou muito satisfeitos chegou a 70,3% no país e foi maior no Sul (75,1%) e menor no Norte (64,2%). A salubridade e a segurança no ambiente de trabalho foram avaliadas para empregados remunerados em dinheiro do setor privado com pelo menos três empregados no empreendimento em que trabalhavam. Do total, 71,1% se disseram satisfeitos ou muito satisfeitos, enquanto 6,4% se disseram insatisfeitos. O Nordeste teve a menor proporção de satisfeitos ou muito satisfeitos (61,7%) e a maior proporção de insatisfeitos (9,6%). A pesquisa também revelou que 82,5% dos empregados estavam associados a sindicatos que não participaram de negociação ou dissídio coletivo no intervalo de um ano. Regionalmente, as Regiões Sul e Centro-Oeste apresentaram percentual maior que a média nacional. Destaca-se ainda a Região Nordeste, com apenas 14,5%.
Autoria: IBGE
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