O que você procura?

Publicado em 30/05/2017 08h55 - Atualizado em 30/05/2017 09h44

Em Sessão Especial, Câmara de Camaçari defende uma sociedade sem manicômios

SAÚDE MENTAL

A defesa de uma sociedade sem manicômios e a implantação de uma rede psicossocial adequada e sensível de atendimento ganharam força em Camaçari com a realização da Sessão Especial em homenagem ao Dia Nacional pela Luta Antimanicomial, promovida nesta segunda-feira (29/05), na Câmara. O evento é fruto de uma iniciativa do vereador Gilvan Souza (PR).

 

O parlamentar iniciou a sessão destacando a importância de refletir sobre políticas públicas de tratamento das pessoas com problemas mentais. "Precisamos debater essas políticas de maneira contínua e agregar pessoas importantes da saúde do nosso município para este debate que quer defender ações que construam uma sociedade sem manicômios e com a assistência adequada a esses pacientes específicos", afirmou o vereador.

 

Entre os palestrantes, esteve o subsecretário de Saúde, Luiz Duplat, que representou o secretário Elias Natan. Ele ressaltou que a missão do profissional de saúde é trabalhar para inserir os pacientes com problemas mentais na sociedade. Em seguida, foi a vez da participação do representante da Associação Metamorfose Ambulante de Usuários de Saúde Mental do Estado da Bahia (AMEA), o poeta Eduardo Calliga. Ele explicou que a associação nasceu para ser uma alternativa aos manicômios, promovendo um espaço de convivência em que os pacientes podem exercitar o seu convívio com a sociedade. "Os manicômios não tratam, eles maltratam. Eles trazem dor. Por isso, defendemos que o sistema de saúde precisa trabalhar de maneira interligada, oferecendo o melhor serviço para esses pacientes", afirmou.

 

Para a representante dos trabalhadores de saúde mental, Juliana Cavalcanti, que é educadora física do CAPS AD, o começo deste processo é também individual. "Precisamos desmontar os manicômios que existem nas nossas cabeças. O que nos faz não aceitar as diferenças, os diferentes?", perguntou. "É a partir daí que encontraremos o caminho para estabelecer relações saudáveis de convivência com estas pessoas com questões mentais", defendeu.

 

A coordenadora de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas de Camaçari, a médica Célia Baqueiro, fez um breve relato sobre a Rede de Atenção Psicossocial do município e seus principais desafios. Camaçari conta com quatro unidades de atendimento na área, localizadas na sede e na orla, e que atendem aos públicos específicos. Durante a apresentação, a construção de sedes próprias para abrigar as unidades foi apontada como a demanda mais urgente. "Para algumas unidades, já temos até projeto pronto, mas faltam recursos. Para outras, temos parte do recurso, mas não temos outros itens necessários para a execução. Pedimos a ajuda do Legislativo para intermediar esta demanda", ressaltou.

 

A sessão ficou ainda mais especial com a participação de Marcos Antônio da Silva, Lilian Roberta Lacerda de Santana e Lolita Eduardo, que são pacientes das unidades de saúde mental de Camaçari. Eles falaram sobre seus relatos e as experiências vividas durantes estes tratamentos e sobre como as unidades de Camaçari têm trabalhado para oferecer oportunidades reais e qualificadas de inserção desses pacientes na sociedade.

 

O vereador Gilvan Souza encerrou a sessão considerando o momento importante para o fortalecimento da luta. "Promovemos uma oportunidade de debate muito relevante que, com certeza, vai ser importante para gerarmos um documento que compile todas as demandas da área para ser apresentado ao Poder Executivo, como reforço dos pedidos já existentes. Estamos nesta luta junto com a equipe de saúde mental do nosso município", concluiu. 

Autoria: CT/ASCOM CMC

  • Link:

Comente essa notícia

Alternative content



Publicidade
Copyright 2024 © www.camacaritem.com.br - Todos os direitos reservados
jornalismo@camacaritem.com.br
Desenvolvimento: Tecnosites