Se o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizar, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) pode usar tornozeleira eletrônica na Câmara dos Deputados. Ao pedir o recolhimento noturno do irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, requereu monitoramento eletrônico.
"Em relação a Lúcio Quadros Vieira Lima, o caso é de (i) recolhimento domiciliar noturno e nos dias de folga, com monitoração eletrônica; (ii) a imposição de fiança de 400 (quatrocentos) salários mínimos, considerada sua situação financeira. Só em patrimônio, ele declarou ao Tribunal Superior Eleitoral, nas eleições de 2014, o equivalente a R$ 7.720.882,46", pediu Raquel Dodge.
Lúcio, Geddel, a mãe Marluce Vieira Lima e os ex-secretários parlamentares, Job Ribeiro Brandão e Gustavo Pedreira do Couto Ferraz e o empresário Luiz Fernando Machado da Costa Filho foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República. A acusação está ligada ao bunker dos R$ 51 milhões em Salvador.
A denúncia afirma que Lúcio e a mãe continuam a praticar crime de peculato, a manipular provas e a obstruir a investigação criminal. Outro pedido foi a indisponibilidade de sete empreendimentos imobiliários adquiridos para viabilizar a lavagem de dinheiro.
Segundo a denúncia, de 2010 até 5 de setembro deste ano, a família Vieira Lima cometeu crimes de ocultação da origem, localização, disposição, movimentação e propriedade das cifras milionárias em dinheiro vivo. Até janeiro de 2016, o dinheiro ficou escondido em um closet na casa de Marluce Vieira Lima.
Após essa data, o montante de R$ 42 milhões e cerca de U$ 2,5 milhões foi transferido em malas e caixas para um apartamento no bairro da Graça, em Salvador. Semanas depois, foi levado para um apartamento vizinho, onde ocorreu a apreensão pela Polícia Federal, na Operação Tesouro Perdido.
Autoria: Estadão Conteúdo