A avó materna da menina de cinco anos que morreu na sexta-feira (2) em Itapetininga (SP) afirmou que os pais da criança costumavam bater nela "para educar". Os pais, Débora Rolim da Silva, de 24 anos, e Phelipe Douglas Alves, de 25 anos, foram presos no sábado acusados de espancar a pequena Emanuelly Aghata até a morte. "Um dia fui à casa deles e o pai estava batendo nela durante o banho. Falei para pararem, mas me disseram: 'tem que educar'. Ele estava batendo nela com o cinto", contou a avó, Irene de Jesus, ao G1.
A avó contou que depois de ver a menina ser agredida várias vezes, tentou cuidar da criança, sem sucesso. Ela não chegou a entrar com pedido de guarda da neta. “Às vezes via marcas roxas nela e ela (Débora) dizia que a menina tinha caído, mas sempre suspeitei que fosse mentira. Até tentei pegar ela para criar, mas não consegui”, diz, lamentando a morte da neta.
Rubens Silva, o avô, confirma que Emanuelly apanhava sempre dos pais. “A sensação que tenho agora é de revolta. Desde quando você vai bater em uma criança desse jeito? Imagina o que ele fez com ela para acontecer isso”, diz, com lágrimas nos olhos.
Os pais tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça e estão em presídios da região. Os dois já tinham passanges por suspeita de agressão e uso de drogas.
Crime
A garota morreu na sexta-feira. Segundo a polícia, os pais chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para a casa onde viviam com Emanuelly e outros dois filhos, no centro da cidade. Eles narraram aos profissionais que a filha tinha sofrido uma queda e depois apresentara convulsões.
A menina foi levada já em estado grave para o pronto-socorro. Os médicos notaram vários hematomas na criança e a polícia foi chamada.
Os pais negaram terem batido na menina e afirmaram que ela vivia se machucando de maneira intencional. Naquela noite, alegaram, a criança caiu da cama. Os médicos afirmaram que os ferimentos não eram compatíveis com essa história e, com isso, os pais foram detidos e logo depois presos em flagrante.
As outras duas crianças que moravam com o casal foram separadas. A mais velha, uma menina de 9 anos, filha de Débora de outro relacionamento, foi entregue ao pai. Já um menino de 4 anos que é filho de Débora e Phelipe seguiu para um abrigo.
Autoria: Correio da Bahia