A Câmara de Camaçari festejou na manhã desta quarta-feira (18) o Dia do Índio, com uma Sessão Especial com o tema: Tupinambá, raiz de Camaçari, da Bahia e do Brasil.
A sessão foi presidida pelo vereador Gilvan (PR), proponente da sessão e o primeiro ato foi uma canção executada pelo Cacique Marcos Elder Tupinambá de Camaçari, seguido por uma oração feita pelo Pajé Aripuanã. Logo após foi dada a palavra ao professor doutor FRANCISCO ALFREDO, que relatou algumas das técnicas fantásticas que o povo Tupinambá aprendeu para plantarem florestas milenares, e demarcando um período de ocupação na faixa dos 8 mil anos ou mais. Sendo que a presença humana americana, segundo o professor, varia em torno de 100 mil anos.
Depois começou um novo formato de sessão e foi dado espaço para um programa de auditório, que estava composto por estudantes da Escola Municipal Maria Quitéria, por idosos do Conviver, por representantes da associaçgrupos dos deficientes físicos de Camaçari e por diferentes indígenas. O comando do programa ficou por conta do jornalista Marcos Elder, que para a bancada convidou: O professor Francisco Alfredo; o Pajé Aripuanã; a Diretora do Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia (DSEI-Ba) Mônica Marapara; a advogada e doutoranda em ciências sociais Elma Vieira; a professora de dança Nubia Oliveira; Uíra Duarte e Arthur Namor representando a juventude Tupinambá; e os indígenas Fulni-ô Sainny e Sandoval.
Representando a Fundação Terra Mirim (FTM) vieram Minah Beuh e Dahvi Shiva, superintendente da Terra Mirim. Minah falou da importância de "cada pessoa se reconhecer filhos e filhas da terra. Para trata-la com cuidado, com amor, afinal tudo que desfrutamos advém da própria Terra".
Os convidados relataram suas experiências cotidianas enquanto indígenas que moram em centros urbanos, dando sugestões ao poder público de ações a serem tomadas para o fortalecimento de políticas públicas para a comunidade indígena de Camaçari. A drª Elma Vieira sugeriu que houvesse mais investimentos na educação, para que "a sociedade pare de ver o indígena de forma estereotipada, e possa nos reconhecer enquanto cidadãos plenos participantes do dia a dia".
A diretora da DSEI-Ba Mônica Marapara, que também é uma indígena da etnia Kaixana, falou sobre seu trabalho à frente do órgão, e explicou que o foco de atuação do DSEI é dentro das aldeias, e que por Camaçari não possuir uma aldeia, termina que os mais de mil indígenas do município ficam desassistidos.
Para o vereador Gilvan, a sessão "é um motivo de festejos e também de aprendizado sobre as técnicas e tecnologias milenares do povo Tupinambá, e de como devemos fazer para que nossos índios de Camaçari possam ter seus direitos garantidos hoje".