Tribuna da Bahia, Salvador
Por: Poliana Antunes
Com aproximação do carnaval aumenta a preocupação dos órgãos de saúde com o aumento dos casos de doenças transmissíveis, em especial com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). De acordo com o Ministério da Saúde, nos últimos cinco anos, o número de mortes pela doença caiu 22,8%, de 12,5 mil em 2014 para 10,9 mil em 2018. Contudo, o órgão alerta que pelo menos 135 mil pessoas vivem com HIV no Brasil e não sabem.
Com base nessa estimativa, a pasta realiza, todos os anos a Campanha de Prevenção ao HIV/Aids. O foco é incentivar pessoas que não se preveniram em algum momento da vida a procurar uma unidade de saúde e realizar o teste rápido. “Com o tratamento adequado, o vírus HIV fica indetectável, ou seja, não pode ser transmitido por relação sexual, e a pessoa não irá desenvolver AIDS”, destaca.
O Ministério da Saúde diz, ainda, que assim como registrado nos últimos anos, a infecção por HIV cresce mais entre os jovens. A maioria dos casos de infecção no país é registrada na faixa etária de 20 a 34 anos, com 18,2 mil notificações (57,5%). Em 2018, 43,9 mil casos novos de HIV foram registrados no país.
O infectologista Gustavo Santana explica que a AIDS é a doença causada pela infecção do HIV. “Esse vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção”, explica.
O médico ressalta que entre as células de defesa estão os linfócitos, principais alvos do HIV (AIDS e do HTLV), vírus causador de outro tipo de doença sexualmente transmissível. “São esses glóbulos brancos que organizam e comandam a resposta diante dos agressores. Produzidos na glândula timo, eles aprendem a memorizar, reconhecer e destruir os microrganismos estranhos que entram no corpo humano”, disse.
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. São transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada.
“A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. O tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão dessas infecções”, o infectologista ressalta, ainda, que o atendimento e o tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).
Gustavo Santana fala que a transmissão do HIV e, por conseqüência da AIDS, acontece das seguintes formas: Sexo vaginal sem camisinha. Sexo anal sem camisinha. Sexo oral sem camisinha. Uso de seringa por mais de uma pessoa. Transfusão de sangue contaminado. Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação. Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.
Conhecer o quanto antes a sorologia positiva para o HIV aumenta muito a expectativa de vida de uma pessoa que vive com o vírus. “Quem se testa com regularidade, busca tratamento no tempo certo e segue as recomendações da equipe de saúde ganha muito em qualidade de vida” lembra o médico.
Ele diz, ainda, que os exames podem ser feitos de forma anônima. “Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento para facilitar a correta interpretação do resultado pelo usuário”.
Autoria: TRIBUNA DA BAHIA