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Publicado em 16/03/2020 17h37

Alta do dólar deixa pão francês 10% mais caro

MAIS CARO

 

O baiano terá que pagar mais caro, se quiser ter o queridinho pão francês diariamente na mesa


Tribuna da Bahia, Salvador

 
Foto: Reprodução

Por: Poliana Antunes

O baiano terá que pagar mais caro, se quiser ter o queridinho pão francês diariamente na mesa. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a Argentina, principal fornecedora do cereal ao Brasil, chegou a suspender as exportações, devido à expressiva valorização de 18% do dólar frente ao Real. “Com isso, estamos comprando a saca do trigo 15% mais cara em outros países, representando um aumento de 10% no preço final do pão francês”.

O Cepea explica que, desse modo, mesmo com a baixa oferta doméstica, as importações do produto recuaram em fevereiro, devido aos preços mais firmes na Argentina. Em fevereiro, o Brasil importou 526,1 mil toneladas de trigo em grão, volume 18,8% inferior ao de janeiro deste ano e 13,2% menor que o de fevereiro de 2019.

“Nesse cenário de baixa oferta interna e dólar elevado, os preços domésticos do trigo seguem firmes no Brasil. Tem comerciantes que pretende ter trigo armazenado. Isso mostra a necessidade de novas aquisições para manutenção dos estoques até o início da próxima safra”. O órgão fala, ainda, que vendedores dos produtos, por outro lado, estão retraídos, e aqueles ativos no mercado estão firmes nos valores pedidos.

A confeiteira Janaína Pimentel mostra preocupação com o aumento no preço da farinha de trigo, principal ingrediente para sua produção de bolos. “Pode ter um pequeno reajuste devido à grande utilização desse insumo. De qualquer forma, farei de tudo para equilibrar os preços dos produtos e não perder meus clientes”, declarou a confeiteira.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), foi uma estratégia criada pela Argentina. “Eles passaram a querer depender menos do mercado brasileiro, diversificaram os consumidores e foram bem sucedidos”, afirma o presidente executivo da Abitrigo, Rubens Barbosa.

Ele completa dizendo que, o tem lá não é suficiente para atender o Brasil. “Não vai faltar trigo aqui, há disponibilidade em outras fontes, mas é preciso começar a se preocupar, porque o abastecimento não é mais automático. O preço do produto ficou mais caro para os moinhos de trigo, e eles terão de aumentar o custo da farinha no Brasil e a projeção é que o preço da farinha de trigo suba entre 15 e 20%”, afirma o presidente.

O gerente de padaria Miguel Silva, fala que vai utilizar todo seu estoque antes de colocar o aumento para o consumidor. “Essa preocupação é normal entre os clientes. Tenho ainda uma boa quantidade de farinha de trigo no estoque e vou manter o preço dos meus produtos até comprar a nova remeça com preços ajustados”, disse Miguel Silva.

A dona de casa Maria das Dores, 59 anos, frisou que vai continuar comprando, mesmo que o aumento seja significativo. “Meus filhos não comem outras coisas no café da manhã. Tento substituir o pão por raízes ou tapioca, mas não tenho muito sucesso”, brincou a dona de casa.

Autoria: TRIBUNA DA BAHIA

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