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Publicado em 26/05/2020 09h56

Petrobras prevê vender fatia na Braskem até início de 2021

ECONOMIA

 

 
 Foto: Júlio Bittencourt / Divulgação / Braskem

A Petrobras pretende se desfazer de toda sua participação na petroquímica Braskem por meio de operação no mercado de capitais, reiterou nesta segunda-feira o presidente da petroleira estatal, Roberto Castello Branco, ao projetar que o negócio pode ocorrer até o começo do ano que vem.

"Acreditamos que seja viável até o final do ano, se não, no início do ano que vem, vender essa participação", disse o executivo, ao participar de transmissão ao vivo da Genial Investimentos.

O caminho para viabilizar o desinvestimento passa pela migração da Braskem ao Novo Mercado da bolsa B3, com conversão de todas ações da empresa em ordinárias, o que já é alvo de conversas entre a Petrobras e a Odebrecht, sócia da estatal na petroquímica e detentora de 50,1% da ações com direito a voto.

"Não há sentido nenhum em a Petrobras ser sócia da Braskem. Primeiro, a Petrobras não é fundo de investimento. Nós não operamos a Braskem, temos apenas participação acionária", apontou Castello, ao justificar o desinvestimento.

A petroleira tem buscado nos últimos anos vender diversos ativos para reduzir dívidas e focar a atuação na exploração e produção em águas profundas e ultraprofundas.

Agora, em meio aos impactos da pandemia de coronavírus, que reduziu brutalmente a demanda por combustíveis, derrubando os preços do petróleo no mercado internacional, a Petrobras também passou a conduzir uma reavaliação de sua carteira de projetos.

"Estamos fazendo uma revisão completa do portfólio de projetos, uma espécie de 'stress-test'. Para ver quais podem ser executados, outros que podem ser, mas dependerão de reestruturação, e aqueles que vão ser postergados ou até cancelados definitivamente", explicou Castello.

Esse trabalho envolve uma avaliação do risco e retorno dos projetos e dos investimentos necessários, de forma que a companhia possa financiá-los sem se alavancar "demasiadamente" como no passado, acrescentou o executivo.

Ele destacou, no entanto, que o campo de Búzios, no pré-sal, o qual a companhia prevê investir bilhões de dólares nos próximos anos, não deve ser afetado por essas revisões.

"Esse ativo é resistente a preços muito baixos, é o que se chama de ativo de classe mundial. Grandes reservas, baixo risco, custo de extração próximo a 3 dólares/barril... e é o maior campo de petróleo offshore já descoberto no mundo. Esse certamente vale a pena, minha expectativa é de que ele vai passar pelo 'stress-test' facilmente".

Autoria: TRIBUNA DA BAHIA

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