O Brasil voltou a bater o recorde do número de mortes confirmadas pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas. Segundo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (21), o país registrou mais 1.188 óbitos pela doença, e com isso, ultrapassou a marca de 20 mil mortes. A covid-19 já fez, até o momento, 20.047 vítimas fatais no Brasil. O país também ultrapassou os 300 mil casos ao confirmar mais 18.508 brasileiros infectados, que somados aos números anteriores totalizam 310.087 casos da doença.
Com isso, o país continua em próximo da Rússia em relação ao número de infectados e, se continuar com o tendência de crescimento, deve se tornar o segundo país com mais incidência da doença no mundo. De acordo com o levantamento da Universidade Johns Hopkins, a Rússia soma 317,5 mil infecções. Já os Estados Unidos, que lidera o ranking, tem 1,57 milhão.
Apesar de ter número superior de casos, a letalidade na Rússia está em 1%, enquanto a do Brasil é de 6,5%. De acordo com estudos do portal Covid-19 Brasil, grupo formado por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade de são Paulo (USP), o alto índice pode ser explicado pela subnotificação de casos no país, que não consegue alcançar infectados assintomáticos e casos leves.
Para o diretor do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância em Doenças Não Transmissíveis, Eduardo Macário, o Brasil tem conseguido aumentar a capacidade de testagens, o que justifica a explosão de novos casos. É por meio dessa estratégia que o Ministério da Saúde pretende se aproximar do real número de infecções.
"Esses números refletem o aumento da capacidade laboratorial do Brasil por meio dos trabalhadores públicos com um quantitativo razoável de testes já distribuídos. A parceria público-privada está sendo trabalhada para, nos próximos dias, reforçar essa estratégia de testagem. Isso vai dar ao Brasil a capacidade para que consiga analisar um maior número de casos e, com isso, reduzir sua subnotificação para que nós tenhamos uma dimensão epidemiológica mais real", disse Macário.
No país, 3.488 cidades brasileiras tem registro de casos da doença, o que representa 62,6% do total. Em 20 de abril, eram 1.426 locais infectados (25,6%).
Em relação aos óbitos, o Brasil continua sendo o sexto país com mais mortes do mundo, ficando atrás dos EUA, Reino Unido, Itália, França e Espanha, nesta ordem. Na última terça-feira (19/5), o Brasil confirmou pela primeira vez um acumulado de vítimas em 24 horas que superou a barreira de centenas de fatalidades. Foram mais 1.179 óbitos. Um dia depois, o fato se repete nesta quinta.
São Paulo, epicentro da doença no Brasil, tem 5.558 óbitos pela doença. Além do estado, outras unidades da federação preocupam com os altos números de fatalidades da doença. Rio de Janeiro (3.412), Ceará (2.161), Pernambuco (1.925) e Pará (1.852) e Amazonas (1.620) também já registraram mais de 1000 mortes cada. Juntos com São Paulo, esses estados somam 16.528 óbitos, ou seja, mais de 82% de todas as mortes já confirmadas. Todos os 26 estados do Brasil, mais o Distrito Federal, já registraram casos e mortes.
Autoria: TRIBUNA DA BAHIA