Desde que a pandemia da Covid-19 foi declarada e, consequentemente, foram implementadas nos estados medidas restritivas para conter o avanço do novo coronavírus, as dificuldades financeiras de muitos brasileiros aumentaram.
De acordo com dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), divulgados pela Agência Fiquem Sabendo e analisados pelo BNews, entre abril de 2019 e o mesmo mês deste ano, a inadimplência com o Fies, o financiamento estudantil, teve variação de 82%.
Ainda segundo os números, todos os 26 estado e o Distrito Federal tiveram aumento no índice de débito com o Fies, sendo que apenas cinco estados ficaram abaixo da média nacional de inadimplência - Roraima, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e São Paulo.
A Bahia está na quinta colocação do ranking entre os estados que mais sofreram os impactos da pandemia em relação ao aumento da dívida com o financiamento estudantil. Em abril deste ano, comparado ao mesmo período de 2019, houve alta de 114,9% dos contratos com parcelas em atraso.
No topo da lista dos estados que mais tiveram aumento na inadimplência está Rondônia, com variação positiva de 127,6%, seguido de Paraíba (122,9%), Ceará (121,1%) e Maceió (116,2%). Na semana passada, a Câmara aprovou a suspensão do pagamento das parcelas do Fies até o fim do ano.
De acordo com a medida aprovada, o direito à suspensão dos pagamentos vale para os estudantes que estão em dia com as prestações do financiamento e aqueles com parcelas em atraso por, no máximo, 180 dias. Segundo o texto, serão incluídos os inadimplentes de prestações devidas até 20 de março de 2020.
O FNDE afirmou que há 53% de inadimplência no país atualmente (com mais de 90 dias sem pagamento) nos contratos em fase de amortização, enquanto no ano passado, eram 47%. Nesta sexta-feira (26), o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) apresentou um projeto que propõe a criação do Fies Emergencial, destinado e estudantes que comprovarem situação de vulnerabilidade econômica.