O epidemiologista Wanderson de Oliveira, que foi integrante do Ministério da Saúde na gestão de Luiz Henrique Mandetta, afirmou que a população brasileira precisa de restrições de atividades por três semanas para conter o avanço da Covid-19.
Segundo Wanderson, que atualmente é secretário de Serviços Integrados de Saúde do Supremo Tribunal Federal (STF), caso isso não aconteça, o resultado de restrições mais curtas será insignificante.
“Fica muito complicado fazer medidas no meio da situação mais crítica porque o óbito que estamos vendo agora é o caso que pegou a doença há 4 semanas atrás, pelo menos. Então, nós vemos um reflexo de uma situação que os movimentos realizados agora buscam garantir o mínimo de tempo para que o serviço de saúde consiga absorver esse excesso de demanda por serviços e leitos médicos”, disse Wanderson em entrevista à CNN Brasil.
Ele afirmou ainda que o país não conseguirá conter a pandemia se depender da vacinação, pois a previsão do governo era vacinar 90% da população, o que ainda está longe de ser atingido.
Apesar disso, ele prevê que 2022 será um ano melhor:
“Mas para isso, precisamos de vacina e vacinar os grupos conforme está nos planos. Não podemos criar alternativas àquilo que já está escrito e acordado. Começamos com a vacinação dos vulneráveis porque têm o maior risco de morte e ocupam os leitos hospitalares por muito mais tempo e consomem muito mais recursos do que uma pessoa jovem. Não é por acaso que nós definimos há décadas a vacinação dos vulneráveis primeiro e das pessoas que estão na linha de frente”.