Segundo dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), o vírus HIV continua sendo um problema da Saúde Pública Mundial. Somente em 2020 foram detectadas 1,5 milhão de novas infecções em todo o Mundo. Em 2021, de acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), a Bahia registrou 2.241 casos de HIV e 969 casos de Aids. Em 2022, já foram diagnosticados 196 casos de HIV e 71 casos de Aids, em relação a mortes foram identificados 672 óbitos em 2021 e 95, em 2022.
Detectada em seres humanos desde 1981, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), doença causada pelo vírus HIV, ainda não tem cura. Há, contudo, duas medidas profiláticas que atuam como fator de proteção contra a infecção, com indicações precisas para cada caso. Uma delas é a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP) e a outra, mais atual e menos conhecida, é a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP). Ambos os esquemas estão disponíveis na rede pública de saúde, gratuitamente.
“O Estado fomenta a intensificação de ações estratégicas de prevenção (Profilaxia Pré-Exposição, Prevenção à Transmissão Vertical, Imunização a Hepatite B e HPV, utilização de preservativos), vigilância à saúde (testagem regular para HIV, outras IST e Hepatites Virais) e tratamento (Profilaxia Pós Exposição, tratamento a todas as pessoas vivendo com HIV/aids e diagnóstico e tratamento de todas as pessoas com IST e Hepatites Virais). O tratamento é todo feito à base de antirretrovirais, definidos conforme protocolo médico, após avaliação do paciente. Toda a medicação é distribuída pelo SUS”, informa a Sesab.
O tratamento do HIV na Bahia é realizado em Serviços de Assistência Especializada (SAE), responsável pela assistência ambulatorial às pessoas que vivem com HIV/Aids e Hepatites Virais. O estado dispõe de 46 SAEs que integram a rede assistencial que se articula com a Atenção Primária e Terciária. O estado da Bahia está revisando dados de tratamento e abandono em decorrência da pandemia de Covid-19.
“O tratamento do HIV é imediato após o diagnóstico da infecção é extremamente importante, porque além de impedir o desenvolvimento da doença, Aids, a pessoa fica como portador do vírus, mas ele impede a transmissão do vírus. Isso ocorre quando a pessoa que toma o antirretroviral, isso varia muito, de como está a carga viral inicial.Geralmente nos próximos três a seis meses fica com a carga viral indetectável e com duas cargas virais indetectáveis num período de seis meses a gente considera que a pessoa não transmite mais o HIV. Isso é extremamente importante, além da prevenção você reduz o estigma da doença, o preconceito com as pessoas que possuem a doença.Temos no Brasil os melhores tratamentos do mundo e é gratuito e distribuído pelo SUS”, esclarece a infectologista Ceuci Nunes
Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP) Mais conhecida da população, a PEP é indicada a qualquer pessoa que tenha tido relação sexual consentida e desprotegida, seja por rompimento e escape do preservativo ou opção deliberada pelo não uso; pessoas vítimas de violência sexual; e profissionais da área da saúde e outras pessoas que tenham tido acidente ocupacional com instrumentos perfurocortantes (agulha de seringa, por exemplo) ou contato direto com material biológico, mesmo que não tenha certeza se é, ou não, uma amostra infectada.
Já a Pré-Exposição ao HIV (PrEP), ao contrário da PEP, não se trata de medida emergencial, mas preventiva. Ela consiste na tomada diária de duas drogas: tenofovir e emtricitabina, em um único comprimido, com o objetivo de preparar o organismo para um eventual contato com o vírus HIV.
Autoria: Cleusa Duarte/ Tribuna