Por Davi Valadares
Desde o início da pandemia do coronavírus os preços de veículos usados ao consumidor estão elevados no Brasil. Dependendo do modelo, os valores praticados por concessionárias e lojas multimarcas chegam a ser iguais aos cobrados pelo mesmo carro, porém novo. Apesar da alta, de acordo com o relatório da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), as vendas de veículos usados em março registraram um crescimento de 27,6% em relação a fevereiro na Bahia.
Segundo o presidente da Associação dos Revendedores de Veículos no Estado Bahia (Assoveba), Ari Pinheiro, o aumento das vendas de veículos usados e seminovos em março foi importante para o segmento e a tendência é que a demanda se mantenha aquecida nos próximos meses. O crescimento foi considerado importante para o setor, que ainda acumula queda de 29,2% nas vendas efetuadas ao longo do primeiro trimestre.
“Melhoraram as vendas neste mês de março. Os carros já começaram a regular os preços. Não caiu muito o valor, mas também não subiu. Então, a tendência é que o mercado reaja neste segundo trimestre. Nossa expectativa é que as vendas aumentem ainda mais daqui para o final do ano.”, projetou Ari, que também é proprietário da loja Pinheiro Veículos.
Conforme o relatório divulgado pela Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores, foram negociados 33.841 veículos contra 26.526 unidades do mês anterior. No total, foram comercializados 84.980 veículos usados nos três primeiros meses de 2022. Na região Nordeste, a Bahia é o estado que mais registrou venda.
“O setor ainda está em um processo de acomodação em função de vários fatores como o aumento da taxa de juros, o crédito mais restrito por parte dos agentes financiadores, oscilação na regularização de veículos zero e uma maior cautela do consumidor em compras de alto valor. Acreditamos que teremos ainda, até o começo do segundo semestre, alguns movimentos variáveis nas vendas”, explicou o presidente da Fenauto, Enilson Sales.
Preço
Em relação aos preços dos veículos usados e seminovos, os valores estão registrando altas menos expressivas que as vistas nos últimos anos e já tem vários modelos sendo comercializados abaixo do valor da tabela Fipe. Segundo o economista Antonio Carvalho, isso acontece porque a oferta está mais equilibrada com a demanda.
“A alta dos preços dos carros usados sempre se dava quando o aumento desses preços era menor do que do carro novo. Ou seja, era mais vantajoso comprar um carro com pouco tempo de uso e com preço muito menor em relação a um veículo novo. Com a alta que aconteceu nos últimos anos, sobretudo em 2020 e 2021, o aumento do preço dos carros usados ficou acima dos carros novos. Logo a demanda por esse tipo de veículo caiu. Então, esse crescimento em taxa decrescente se dá em função disso”.
Autoria: TRIBUNA DA BAHIA
