Eles estão presentes em todos os cantos da cidade de Salvador, seja nas ruas, nos ônibus e até mesmo dentro dos vagões do metrô. Nos últimos dois anos, os soteropolitanos puderam observar um aumento significativo no número de vendedores ambulantes que comercializam desde alimentos até roupas e acessórios na capital baiana.
De acordo com a Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEMOP), 3.496 ambulantes estão licenciados pela prefeitura para comercialização de produtos em Salvador. Os bairros com os maiores índices de vendedores ambulantes, licenciados entre os anos de 2020 e 2022, são: Centro (646); Barra (2340; Pituba (205); Itapuã (197) e Comércio (135). Ainda de acordo com a Semop, não há estimativa de quantos vendedores ambulantes trabalham sem licenciatura na capital baiana.
O crescimento no número de ambulantes está ligado a diversos fatores. Um deles é a crise econômica que atingiu o país nos últimos anos, deixando muitas pessoas desempregadas e sem alternativas para obter renda. Os vendedores ambulantes, por sua vez, encontraram nessa atividade uma saída para garantir o sustento de suas famílias.
O funileiro, mais conhecido como chapeiro, André dos Santos, de 38 anos, é um deles. Ele foi forçado a mudar de profissão para vendedor ambulante após ser demitido de uma oficina mecânica na pandemia da Covid-19. Em entrevista à Tribuna da Bahia, o trabalhador relatou que essa foi a alternativa que ele encontrou diante do desemprego.
"Devido à crise que a pandemia trouxe, fui mandado embora da oficina. Então decidi vender geladinhos tradicionais, gourmet e sucos naturais. Essa foi a maneira que encontrei de sustentar a minha família e pagar as contas. Graças a Deus tem dado certo, porque também gosto de alimentos e bebidas, e já conquistei clientes fiéis que não vivem sem meus produtos", declarou.
Vender copos e garrafas de água na sinaleira e dentro dos ônibus no subúrbio de Salvador foi a oportunidade que Matheus Pereira, de 28 anos, encontrou para sustentar a família após ser demitido da função de repositor de uma pequena mercearia. "Quase todo mundo tem uma moeda ou uma nota de dois reais guardada na bolsa. Apesar de cansativo, por ficar subindo e descendo de ônibus, é dessa forma que consigo levar o pão de cada dia para casa de forma honesta", explicou.
Autoria: TRIBUNA DA BAHIA