A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou uma nova diretriz em que não recomenda o consumo de adoçantes artificiais para emagrecimento ou prevenção de diabetes. Segundo a entidade, estudos comprovaram que o produto não ajuda a perder peso nem previne a doença. Pelo contrário, quando utilizado em grande quantidade e por tempo prolongado, pode trazer prejuízos à saúde. Nesta quinta-feira, o órgão classificou o aspartame como um composto “possivelmente cancerígeno para seres humanos”.
Segundo Melanie Rodacki, vice-presidente do Departamento de Diabetes Mellitus da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a medida faz parte de um esforço da OMS em propagar uma redução no consumo de alimentos adoçados em geral – tanto por açúcar, quanto por adoçante.
“O que a gente vê por aí, são pessoas que substituem o açúcar pelo adoçante, mas continuam consumindo alimentos extremamente açucarados, com excesso de adoçante que, por ser um produto químico, também faz mal à saúde quando usado em excesso”, complementa Levimar Araújo, presidente do departamento da SBEM.
De acordo com os estudos citados pela OMS, o consumo excessivo de adoçantes artificiais como acesulfame K, aspartame, advantame, ciclamatos, neotame, sacarina, sucralose, estévia e seus derivados podem aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, assim como o consumo elevado de açúcar. Mas, afinal, como reduzir a quantidade de açúcar e adoçantes e fazer escolhas mais saudáveis na alimentação?
nutricionista Gabriela Cilla, da clínica NutriCilla, diz que a dieta de déficit calórico – em que as pessoas substituem alimentos mais calóricos por opções diet e zero, que têm menos calorias e por isso engordam menos – se popularizou nos últimos.
O problema, segundo a especialista, é que muitos dos alimentos indicados nesse tipo de dieta são ricos em conservantes, adoçantes e outras substâncias químicas prejudiciais à saúde. Ou seja, as pessoas passam a se preocupar em consumir alimentos menos calóricos, o que é positivo no sentido de diminuir quadros de obesidade, mas não necessariamente saudáveis, levando a outros problemas de saúde.
Felipe Augusto Teodoro, endocrinologista da franquia Clínica da Cidade, recomenda que pessoas que sentem muita necessidade de consumir alimentos doces experimentem alimentos que são naturalmente doces e menos prejudiciais, como:
· Frutas;
· Chocolate 70% cacau ou amargo;
· Fibras adocicadas, como ameixa seca e uva passa;
· Mel;
· Xarope de bordo.
“Estes alimentos são ótimas opções para ‘enganar o paladar’, trazendo a sensação de doce sem necessidade de consumir açúcar. Assim, vamos trocando gradualmente os alimentos com glicose por estes para conseguir abandonar os alimentos a base de açúcar branco”, afirma o especialista, sem deixar de reforçar que é preciso moderação independente do tipo de alimento.
Fonte: Agência estado
Autoria: TRIBUNA DA BAHIA