Após um ano com melhora dos níveis de inflação e recuperação do poder de compra da população, é esperada uma ampliação no consumo das famílias durante as próximas festividades natalinas. A Fecomércio-BA conduziu uma análise, utilizando dados do IPCA-15 do IBGE para a Região Metropolitana de Salvador, e avaliou a variação média dos preços dos principais produtos destinados à ceia de Natal, além dos itens mais populares adquiridos como presentes nesta temporada festiva.
Os alimentos e ingredientes que compõem a ceia de Natal apresentaram redução média de -0,15% em relação aos preços praticados em 2022. E os bons resultados do setor agropecuário foram importantes para o barateamento de produtos com maior peso nos gastos relacionados ao preparo das refeições.
São exemplos disso a cebola, que no comparativo anual registrou queda de 28,3%, o leite longa-vida, que reduziu 16,1% e a batata-inglesa, que se encontra, em média, 14% mais barata. O preço das carnes bovinas e do frango inteiro seguiram a mesma trajetória, com queda anual de -12,1% e -5,7%, respectivamente.
Os pescados, também muito consumidos no Natal, registraram leve alta de 0,9% na comparação em 12 meses, mas bem abaixo do índice geral de inflação, que aumentou 4,14% no mesmo período. No mesmo sentido, a variação no preço dos queijos (1,8%) e das frutas (3,6%) foi positiva, mas em intensidade moderada e abaixo da inflação oficial.
Ainda que em número reduzido, alguns ingredientes importantes para a ceia estão mais caros atualmente e devem receber maior atenção dos consumidores que pretendem economizar com alimentação e bebidas neste final de ano. No contraponto anual, o arroz registrou alta de 16,6%, o azeite de oliva teve aumento de 30,9%, a cenoura de 33,9% e o tomate de 35,6%.
Pelo lado das bebidas, o refrigerante e água mineral sobem 11,9% e a cerveja aponta aumento médio de 12,1%.
Mesmo em um cenário de preços mais controlados, os consumidores interessados em economizar na preparação da ceia devem não apenas realizar a pesquisa de preços em busca de maiores descontos, mas também planejar suas compras, adequando as quantidades e dando preferência aos itens menos pressionados pela inflação.
PRESENTES
Em trajetória semelhante a dos alimentos tipicamente consumidos nesta época do ano, também houve redução de -0,12% no preço médio dos itens mais populares adquiridos para presentear familiares e amigos, com grande parte deles registrando variação abaixo do índice geral de inflação na região metropolitana de Salvador.
O principal destaque entre as reduções foi o televisor, com preço médio 17,2% abaixo do registrado no ano passado. Também foi registrada deflação anual nos preços dos vestidos infantis, de -2,3%, e do relógio de pulso, de -0,8%.
Outros dez itens apresentaram elevação moderada nos preços, sem ultrapassar o índice oficial de inflação. E, dentre eles, a grande maioria são produtos de vestuário, calçados e acessórios, tradicionalmente o segmento mais movimentado durante o último mês do ano.
Dentre os produtos que conseguiram manter uma variação de preços abaixo da inflação, a maioria deles são destinados aos públicos infantil e feminino. Para as crianças, este ano as camisas e camisetas estão, em média, 1,5% mais caras, as bermudas e os shorts 2,2% e as calças infantis 2,6% mais caras. Já para as mulheres, houve aumento de 0,3% nos preços dos vestidos, de 3,5% nos sapatos e de 3,7% e 3,8% para lingeries e calças, respectivamente.
Ao longo dos últimos doze meses, os indicadores revelam queda nos preços de ambos os setores – alimentos e bebidas e presentes para o Natal. Em contraste com anos anteriores, a atual tendência positiva sugere um impulso ao consumo neste final de ano, permitindo que a população da Grande Salvador tenha mais folga no orçamento para ampliar os gastos em comemorações e presentes.
Destaca-se a importância de uma gestão cuidadosa dos gastos, assegurando primeiramente os recursos necessários para a quitação de dívidas ativas e de um consumo consciente e adequado às capacidades financeiras atuais de cada indivíduo. É crucial evitar excessos nas compras, especialmente diante das despesas usuais no início do ano, como IPTU, IPVA, matrículas, entre outros.
Autoria: TRIBUNA DA BAHIA