Com um dos verões mais quentes de Salvador, a expectativa é que as praias passem a ser uma das principais opções de lazer dos baianos, mas também de lucro para muita gente, boa parte dela que tira a sobrevivência dessa fonte de renda.
Fato é que com o movimento em alta nas praias, a demanda vai estar grande nas faixas de areia e fora dela: o resultado disso são boas vendas e o comércio festejando o fluxo de turistas e moradores em bares e restaurantes. Bom pra quase todo mundo.
Geralmente um atrativo por ser um lazer gratuito ou mais em conta do que outras alternativas de passeio, as praias nessa época do ano já começam a se mostrar um passeio onde o trabalhador vai precisa coçar um pouco mais o bolso: petiscos e bebidas andam com preços mais salgados que o de costume. Em comparação ao ano passado os custos, em alguns itens, por exemplo, tiveram um aumento de no mínimo 10%.
Um dos hábitos mais comuns dos baianos durante esse período de distração é o de beber. E se o foco for só esse é melhor começar a fazer as contas: no Porto da Barra um drink de vodka com fruta está na faixa de R$ 25 reais e a simplória Devassa R$10. Se for cliente de longa data pode pechinchar para R$8.
Geralmente, como confirmou à reportagem o garçom Ricardo de Souza, que trabalha num restaurante na Barra, o que faz o cliente sentar num lugar é o preço da cerveja. “O que atrai é a cerveja. Se tiver bom preço e gelada, o cliente senta e depois ele vai ver o que vai consumir. Eu tive ponto na areia e hoje quem fica lá é meu tio. Barraqueiro esperto faz um precinho na cerveja pra pegar o cliente”. comenta.
Nas praias é a mesma coisa e daí começam os gastos: a cadeira e o sombreiro R$10 cada.
O peixe frito fica por volta de R$50, o acarajé facilmente chega a R$15, o queijo coalho no espetinho, na compra de três, pode-se pagar R$ 13 quando um custa R$ 5. O acarajé por R$20. Como é o caso do Acarajé de Damiana em Boa Viagem.
“A verdade é que todo ano tem um aumentozinho mas não é a gente que quer sair ganhando as custas do cliente, não. É porque quando a gente pega o que vendeu e tira o dinheiro da compra do material da próxima produção sobra pouco. Ficou tudo mais caro nesses últimos 4 anos. Se fosse só lucro todo mundo vinha vender na praia. Mas não é. E é um trabalho árduo”, conta a vendedora de camarão Rita Santos, cujo espetinho sai por R$10, enquanto carrega as bandejas e caminha pelas areias fofas debaixo do sol escaldante.
A bandeja de mini-acarajés também teve um aumento expressivo: até os primeiros meses de 2023 era possível pagar R$ 15 a R$20. Hoje quinze unidades do bolinho em miniatura saem por R$ 25.
O peixe frito se enrosca nos R$50,00 | Foto: Romildo de Jesus
A moradora do Rio Vermelho, mas frequentadora da Barra, Vanda Assis, assume que é uma boa “choradeira”. “O jeito é chorar mesmo. Não tem outra opção. Eu venho a praia todo dia e preciso dar uma choradinha pra poder não gastar muito. Mas entendo que a culpa não é da galera. Mas também a gente não pode deixar aqueles espertinhos que querem meter a faca na gente e fazer a gente de besta”, brinca aos risos.
Autoria: TRIBUNA DA BAHIA