Os chamados itens básicos para a alimentação matinal, a exemplo do café, açúcar e pão tornaram-se artigos de luxo. Apesar de que eles ainda fazem parte da mesa dos brasileiros logo cedo pela manhã, o fato é que entre os meses de março e abril esses foram alguns dos produtos que mais tiveram alta aqui em Salvador. Além da capital baiana, em outras cidades do norte e nordeste do país está cada vez mais difícil manter uma alimentação saudável para quem ganha pouco.
De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 10 das 17 capitais pesquisadas pelo órgão sofreram aumento no valor da cesta básica. No Nordeste as capitais foram: Fortaleza (7,76%), João Pessoa (5,40%), Aracaju (4,84%), Natal (4,44%), Recife (4,24%) e Salvador (3,22%). Dentre as todas as capitais, São Paulo foi a que registrou maior valor (R$ 822,24), seguida de Rio de Janeiro (R$ 801,15), Florianópolis (R$ 781,53) e Porto Alegre (R$ 775,63).
Os produtos que mais se destacaram no que se refere ao preço nas cidades pesquisadas pelo Dieese foram a farinha de mandioca, que teve o preço elevado em Natal (4,41%) e Aracaju (4,13%); o tomate, que subiu em todas as capitais, com destaque para Fortaleza (44,39%) e João Pessoa (31,45%) e o café em pó, que ganhou relevância em Belém (9,71%), Aracaju (9,03%) e Vitória (5,43%).
O pão francês também estava entre os vilões do café da manhã dos brasileiros. Ele registrou aumento em 14 capitais e onde ele mais se destacou foi em Campo Grande (1,75%), Rio de Janeiro (1,64%) e Aracaju (1,49%). Além dele, o leite integral também encareceu entre os meses de março e abril. A variação de preço ficou entre 0,31% em São Paulo e 5,38% em Belém.
Na capital baiana, o preço da cesta básica em abril deste ano estava em torno de R$ 640,12, registrando uma alta de 3,22%. Em comparação com abril de 2023, os produtos da cesta básica em Salvador subiram 9,24%. Dentre os 12 itens da cesta, oito deles aumentaram. São eles: banana (63,99%), tomate (44,48%), arroz agulhinha (27,68%), açúcar cristal (11,76%), café em pó (3,88%), manteiga (2,62%), pão francês (1,54%) e farinha de mandioca (0,63%).
O aumento de alguns itens da cesta não passou despercebido pela autônoma Marta dos Santos Oliveira (42). Ela conta que deixou de comprar alguns itens devido ao custo elevado. “Hoje em dia ir no mercado e fazer feira de um mês está bem difícil. Eu não tenho carteira assinada, então a situação fica ainda pior. Deixei de comprar algumas frutas porque estava muito caro. O jeito é pesquisar e tentar substituir uma coisa por outra”, falou.
Apesar de que algumas cidades registraram aumento de preço, há aquelas em que os alimentos estavam mais acessíveis entre março e abril. As capitais que tiveram maior destaque foram: Brasília (-2,66%), Rio de Janeiro (-1,37%) e Florianópolis (-1,22%). No que se refere ao poder de compra dos brasileiros das 17 cidades pesquisadas pelo Dieese, o levantamento apontou que em abril, as pessoas teriam que trabalhar 109 horas e 54 minutos para adquirir os produtos da cesta básica. Os dados também mostraram que para que uma família de quatro pessoas pudessem se manter, seria preciso ter um salário mínimo de R$ 6.912,69.
Autoria: TRIBUNA DA BAHIA